Para quem ainda não entendeu a gravidade da situação econômica que o país vai ter de enfrentar com o lockdown eterno para “salvar vidas”, vamos analisar alguns dados.
Todos os esforços feitos em torno da reforma da previdência têm o objetivo de economizar cerca de R$ 855 bilhões dos caixas públicos em dez anos. Se isso não fosse feito, faltaria dinheiro para bancar a previdência em um futuro nada distante. Porém, segundo o portal Tesouro Nacional Transparente, os gastos da União no combate à covid-19 passarão de R$ 1 trilhão apenas neste ano. As despesas já pagas estão na casa dos R$ 457,2 bilhões e a previsão de gastos futuros passa dos R$ 587 bi.
A conta é simples: o que levaria mais de dez anos para economizar foi gasto em questão de poucos meses. O estado de calamidade pública fez com que as despesas do governo explodissem, mesmo assim, há algo que muitos brasileiros ainda não entenderam: o governo não produz nada, não gera riqueza, não faz dinheiro, o governo só gasta. Quem banca o governo somos nós e não o contrário. É como disse Margaret Thatcher: “Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”.
Enquanto isso, políticos inescrupulosos usam a infantilidade política de muitos brasileiros que acham que é só imprimir mais notas e tudo será resolvido.
Qualquer político que não sabe disso não deveria estar na política e todos aqueles que sabem, mas fingem não saber, certamente não merecem o seu voto. É como se uma criança quisesse um brinquedo caro que os pais não podem comprar, mas sugere que eles “passem o cartão”.
Pais responsáveis explicam à criança que isso não adianta, porque depois vem uma fatura que não poderá ser paga e toda a família poderá passar necessidade. Pais que preferem não ter trabalho, concordam com a criança só para fazê-la parar de gritar, mas não a atendem, apenas jogam a promessa de um dia para o outro até que ela esqueça. E há aqueles pais tão infantis quanto os filhos, que entram de cabeça na fantasia, estouram o orçamento e colocam a família toda em risco.
Além dos gastos necessários, todos nós também teremos de arcar com muitos outros, desde despesas com hospitais de campanha que nem chegaram a ser inaugurados, passando pela compra de materiais inúteis ou de baixa qualidade que foram parar no lixo, até os roubos e as fraudes escandalosas, com direito a superfaturamentos de todos os lados. E como se isso fosse pouco, no estado de São Paulo ainda corremos o risco de arcar com uma despesa inexplicável: a compra de uma vacina que ainda nem sequer existe.
Enquanto ficamos com a visão comprometida pela cortina de fumaça da obrigatoriedade de vacinação, ninguém fala sobre o detalhe de que a tal vacina ainda nem terminou de ser testada. Mas para o governador o importante mesmo é avançar com a compra, afinal, ele mesmo disse que “comprar é uma coisa, aplicar é outra”. Vivemos para ouvir um absurdo desses…
Para fechar, quem acredita de forma simplória que o governo tem dinheiro para arcar com tudo isso e muito mais, também deve acreditar que para ter tudo o que se quer e muito mais, basta “passar o cartão”. Mas acreditando ou não, ficando em casa ou não, tendo condições ou não, tomando vacina ou não, a fatura sempre chega e nós é quem vamos nos virar para pagar.