China tem hospitais cheios, prateleiras de farmácias vazias e crematórios lotados depois que o governo decidiu acabar em novembro com a política de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala, práticas adotadas pelo país para controlar os casos de Covid-19.
A China seguia desde 2020 uma política de tolerância zero com a Covid, com restrições severas. A estratégia possibilitou a proteção das pessoas com comorbidades e aquelas sem esquema de vacinação completo, mas foi alvo de protestos pelo tempo prolongado que vigorou.
O governo chinês acabou, sem aviso prévio, com a maioria das medidas no início de dezembro, em um momento de crescente irritação da população e de impacto considerável para a economia.
O número de casos disparou desde então, o que provoca o temor de uma taxa de mortalidade elevada entre os idosos, em particular os mais vulneráveis.
O governo chinês anunciou na terça-feira (20) que somente as pessoas que faleceram diretamente por insuficiência respiratória causada pelo coronavírus serão contabilizadas nas estatísticas de morte por Covid-19.
Várias cidades permitem agora que os moradores trabalhem mesmo com sintomas de Covid-19. Há algumas semanas, estas pessoas teriam sido enviadas para centros de quarentena em nome da política de “Covid-zero”.
Pequim admitiu na semana passada que a dimensão do surto se tornou “impossível” de rastrear desde o fim dos testes obrigatórios.
O país registrou 3.049 novos casos de covid-19 nesta quarta-feira e nenhuma morte.