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O novo aumento de casos do coronavírus que atinge a Europa é um fenômeno também esperado no Brasil, e em cidades como São Paulo tem potencial para atingir mais fortemente as classes mais altas, até aqui menos afetadas. Para a infectologista Mirian de Freitas Dalben, do Hospital Sírio-Libanês, essa é uma possibilidade real, dado os índices maiores de infecção nas classes C e D na capital paulista.
A infectologista foi a entrevistada na série de lives Ao Vivo em Casa, nesta quarta-feira (21), pelo jornalista Emilio Sant’Anna.
Os desempregados foram os mais afetados pela epidemia da Covid-19 na cidade de São Paulo: 26,1% deles foram infectados pelo coronavírus, de acordo com inquérito sorológico feito pela prefeitura para rastrear a doença na capital.
“Na cidade de São Paulo, um estudo de prevalência mostrou que 20% da população da classe C, ante 9% da população da classe A, já teve Covid-19”, diz. “Em Manaus, por exemplo, há um aumento maior no número de casos nos hospitais particulares do que nos públicos.”
Mirian afirma que pode ser precoce afirmar que isso vá, com certeza, acontecer no novo aumento de casos, mas diz que isso pode ocorrer dada a disparidade percentual de pessoas já expostas ao vírus.
Um fator de proteção para os mais ricos é a maior possibilidade de trabalhar de casa e fazer o distanciamento social.
No final de setembro, o país entrou pela primeira vez em estágio de desaceleração de contágio. Em direção contrária, neste mês, países europeus veem os casos de Covid-19 crescerem com a chegada do outono no hemisfério Norte. “Isso [na Europa] já era esperado, é a história natural da pandemia, basta olhar o que aconteceu com o H1N1″, diz a infectologista.
O atual estágio da Covid-19 na Europa, após a reabertura das economias e da flexibilização das restrições sociais, tem apresentado um padrão diferente do observado no início da disseminação da doença no continente.
“É muito interessante notar que há um número menor de óbitos agora. Temos duas explicações para isso: a primeira delas é que estão testando mais as pessoas. E a curva de aprendizada que tivemos. Hoje, sabemos tratar muito melhor os casos graves do que no início da pandemia“, afirma Mirian. O cenário europeu prenuncia a necessidade de aumentar a testagem no Brasil.
Para a infectologista, novo aumento de casos deve ocorrer. “A gente espera conseguir diagnosticar um número maior de pessoas, porque já temos mais testes disponíveis, e que a mortalidade seja menor, porque sabemos tratar melhor agora. Esperamos ver o mesmo cenário reproduzido aqui, com uma vantegem: eles estão entrando no inverno e nós, no verão”, afirma.
Mirian também explica que o Brasil pode ter outra vantegem em relação aos países europeus. Como aqui a curva de casos baixou mas se manteve num platô por mais tempo, o número de pessoas já imunizadas naturalmente pode ser proporcionalmente maior.
No entanto, ainda é impossível saber por quanto tempo essa imunidade individual pode ser mantida, o que significa que medidas de afastamento social continuam sendo válidas e necessárias.
A infectologista foi a entrevistada na série de lives Ao Vivo em Casa, nesta quarta-feira (21), pelo jornalista Emilio Sant’Anna.
Os desempregados foram os mais afetados pela epidemia da Covid-19 na cidade de São Paulo: 26,1% deles foram infectados pelo coronavírus, de acordo com inquérito sorológico feito pela prefeitura para rastrear a doença na capital.
“Na cidade de São Paulo, um estudo de prevalência mostrou que 20% da população da classe C, ante 9% da população da classe A, já teve Covid-19”, diz. “Em Manaus, por exemplo, há um aumento maior no número de casos nos hospitais particulares do que nos públicos.”
Mirian afirma que pode ser precoce afirmar que isso vá, com certeza, acontecer no novo aumento de casos, mas diz que isso pode ocorrer dada a disparidade percentual de pessoas já expostas ao vírus.
Um fator de proteção para os mais ricos é a maior possibilidade de trabalhar de casa e fazer o distanciamento social.
No final de setembro, o país entrou pela primeira vez em estágio de desaceleração de contágio. Em direção contrária, neste mês, países europeus veem os casos de Covid-19 crescerem com a chegada do outono no hemisfério Norte. “Isso [na Europa] já era esperado, é a história natural da pandemia, basta olhar o que aconteceu com o H1N1″, diz a infectologista.
O atual estágio da Covid-19 na Europa, após a reabertura das economias e da flexibilização das restrições sociais, tem apresentado um padrão diferente do observado no início da disseminação da doença no continente.
“É muito interessante notar que há um número menor de óbitos agora. Temos duas explicações para isso: a primeira delas é que estão testando mais as pessoas. E a curva de aprendizada que tivemos. Hoje, sabemos tratar muito melhor os casos graves do que no início da pandemia“, afirma Mirian. O cenário europeu prenuncia a necessidade de aumentar a testagem no Brasil.
Para a infectologista, novo aumento de casos deve ocorrer. “A gente espera conseguir diagnosticar um número maior de pessoas, porque já temos mais testes disponíveis, e que a mortalidade seja menor, porque sabemos tratar melhor agora. Esperamos ver o mesmo cenário reproduzido aqui, com uma vantegem: eles estão entrando no inverno e nós, no verão”, afirma.
Mirian também explica que o Brasil pode ter outra vantegem em relação aos países europeus. Como aqui a curva de casos baixou mas se manteve num platô por mais tempo, o número de pessoas já imunizadas naturalmente pode ser proporcionalmente maior.
No entanto, ainda é impossível saber por quanto tempo essa imunidade individual pode ser mantida, o que significa que medidas de afastamento social continuam sendo válidas e necessárias.
Folhapress
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