Na última terça-feira (9), a apresentadora e jornalista Marília Gabriela assustou a todos com uma foto nas redes sociais em que conta ter passado por uma cirurgia, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para retirada de um carcinoma basocelular no nariz.
Mas o que é um carcinoma basocelular? É o tipo de câncer de pele mais comum no mundo e a boa notícia é o alto índice de cura. A doença atinge com mais frequência homens do que mulheres e as pessoas de pele clara têm mais chances de desenvolver. Em crianças e negros ela é rara.
A dermatologista Lorena Barcellos explica as origens desse tipo de câncer. “Alguns casos têm origem genética, mas o principal fator de risco é exposição solar, sem uso do protetor. O carcinoma basocelular tende a ser mais benígno, porque fica na pele mesmo e raramente acontecem metástases. Mas, ele tem chance de crescer bastante”, explica Barcellos.
O desenvolvimento desse tipo câncer é lento, acontece nas regiões do corpo mais expostas ao sol e, normalmente, surge a partir do aparecimento de uma ferida consistente ou rosada; ou de uma elevação translúcida com pontos perolados e pequenos vasos visíveis na pele; ou ainda pode ser em forma de mancha marrom e vermelha que cresce com o tempo. Essas lesões podem sangrar, formar crostas e não cicatriza facilmente.
Foi assim que a jornalista falou que aconteceu com ela. “Foi uma espinha que apareceu na minha narina esquerda e não saía mais, meu querido dr. Otávio não gostou do que viu e me mandou para exames aprofundados que resultaram, uma semana e meia depois, numa cirurgia para retirada de um sorrateiro carcinoma basocelular”, escreveu em sua conta do Instagram.
A especialista fala que é comum os pacientes fazerem a mesma confusão da apresentadora. “O paciente acha que é uma espinha e espreme. Por isso, existe o mito que espremer espinha pode dar câncer de pele. Mas na verdade, o paciente acha que é espinha, aperta e começa a crescer o câncer”, conta a dermatologista.
O diagnóstico só pode ser feito por meio de uma biópsia e a cura é a por meio de uma cirurgia simples de retirada da lesão e do tecido ao redor dela como margem de segurança, assim como fez Marília Gabriela.
O modo de prevenção é simples: evitar a exposição ao sol das 9h às 16h, quando a radiação dos raios ultraviolentas são mais fortes. Além disso, o uso de protetores solares tem de se tornar um hábito, mesmo quando as pessoas não estão em piscinas, praias, parques.
Lorena salienta a importância dessas práticas: “Sempre falo, a questão genética não temos como mudar, mas conseguimos evitar a exposição solar. É imprescindível usar o protetor solar nos lugares expostos ao sol, com reposição a cada três horas. Os raios UVA e UVB entram na célula e mudam o DNA celular. Com o passar do tempo, essas mutações vão se reproduzindo e acabam causando o câncer de pele”, afirma.
Se a pessoa trabalhar ao ar livre, é recomendado uso de bonés, camisetas de manga comprida, calças e óculos escuros.