Uma pesquisa realizada no Japão descobriu que as roupas verde-escuras, e não pretas, absorvem mais calor nos dias quentes.
No experimento, o grupo de pesquisadores expôs ao sol camisas polo, com nove cores diferentes, e usou uma câmera termográfica para medir o quão quentes elas ficaram após cerca de cinco minutos.
Os resultados mostraram que as superfícies das camisas brancas e amarelas oscilavam em torno de 30 graus Celsius, mas muitas partes das camisas pretas e verde-escuras ultrapassavam os 45 graus Celsius.
A ligação entre o calor e as cores das roupas foi investigada por uma equipe liderada por Toshiaki Ichinose, pesquisador executivo sênior do Instituto Nacional de Estudos Ambientais, em Tsukuba, província de Ibaraki, no Japão.
Segundo o estudo, realizado em 2019, a Terra recebe a energia radiante do Sol, e a energia radiante que não é refletida é absorvida, transformando-se em calor. Isso significa que cores com baixa refletividade, como o preto, esquentam facilmente e as altamente refletivas permanecem mais frias.
RESULTADO INESPERADO
O experimento, porém, produziu um resultado bastante inesperado. A luz infravermelha, invisível a olho nu, constitui uma porção significativa da energia radiante que atinge a superfície da Terra.
Examinando essa luz, os pesquisadores descobriram que não foi a camisa preta, mas sim a verde-escura que absorveu a maior parte do infravermelho, com 87% do total. A camisa preta absorveu 86% do infravermelho que a atingiu, enquanto a branca foi a menos absorvente, com 63%.
Por essa razão, nestes dias de calor extremo, o pesquisador recomenda o uso de branco, amarelo, cinza e vermelho, e alerta para evitarmos roupas em tons preto, verde-escuro, verde, azul e roxo.
“É provável que os resultados variem um pouco dependendo do corante usado para colorir uma peça de roupa, mas após expandir nosso estudo para a luz infravermelha próxima invisível, descobrimos que o verde é bastante próximo do preto. Você poderia dizer que essas duas cores são do mesmo grupo”, disse Toshiaki Ichinose, pesquisador executivo sênior do Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão.