Há filas nos postos, mas combustível já falta e preços variam; hospitais suspendem procedimentos; ônibus têm frota reduzida; comércio sofre com a falta de alimentos e há possibilidade de racionamento de energia em Rondônia
Pelo 4º dia seguido, nesta quinta-feira (24), caminhoneiros fazem manifestações em 25 estados mais o Distrito Federal causando reflexos por todo o país. Os atos são contra a disparada do preço do diesel que faz parte da política de preços da Petrobras, em vigor desde julho.
Entre as consequências estão a redução nas frotas de ônibus em várias cidades, inclusive, capitais; a disparidade de preços nos postos de combustíveis – valores variam R$ 2,10 a R$ 10 -, mas em alguns estabelecimentos já há falta, além de grandes filas; o desabastecimento em supermercados, principalmente de hortifrutigranjeiros; hospitais suspenderam procedimentos por conta de falta de medicamentos; fábricas de diversos segmentos pararam suas produções; e há possibilidade de racionamento de energia em Rondônia.
Transportes
- Transporte de cinco regiões metropolitanas de SP são afetados
- Em São Paulo, protestos bloqueiam Régis Bittencourt, Fernão Dias, Raposo Tavares e Imigrantes
- No Rio de Janeiro, BRT só pôs metade da frota nas ruas
- Em Santos (SP) acessos aos terminais estão fechados
- Só 50% da frota de ônibus circula no Grande Recife
- Porto de Ladário, às margens do rio Paraguai, está parado
- Correios suspenderam a entrega de alguns tipos de Sedex com data e horário agendados
- Aeroporto de Brasília adotou “contingenciamento de combustível”
- Ambulâncias da cidade de Castanhal (PA) e outros veículos que atendem a Prefeitura estão sem combustível
Alimentos
- Comércio já sofre com o desabastecimento de alimentos, principalmente hortaliças
- 95% dos legumes já estão em falta na Ceasa do RJ
- Saco de batata sobe 650% na Ceasa do DF; tomate aumenta 230%
- Em Pernambuco, quilo da batata inglesa subiu de R$ 2 para R$ 8
- 30 mil litros de leite estão sendo descartados por dia em Barra Mansa (RJ)
- Ceasas de Campinas estimam prejuízos de R$ 25 milhões
- Frigoríficos estimam que os prejuízos já superam os R$ 200 milhões com as exportações
Combustível
- Motoristas fazem filas nos postos para tentar abastecer; preço da gasolina chega a R$ 10
- Em Recife, gasolina é vendida a R$ 9
- Em Ribeirão Preto (SP), valor chegou a R$ 6
- No DF, bloqueio impediu distribuição de gasolina suficiente para encher 80 mil tanques
- No RS, falta gasolina em pelo menos 21 municípios
Saúde
- Em SC, hospitais suspenderam procedimentos por falta de medicamentos
Energia
- Em Rondônia, haverá racionamento de energia em Buritis
Segurança
- Em MG, as viaturas reduziram o deslocamento, mantendo o policiamento em pontos de base
- Carros do Corpo de Bombeiros do DF podem parar “a qualquer momento” já que os postos conveniados estão sem combustível
Indústria
- Atividades da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce foram paralisadas
- Em Dourados, a empresa Laticínio Cambi reduziu a produção por falta de leite suficiente
Na noite de quarta, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que elimina a cobrança de PIS-Cofins sobre o diesel até o fim de 2018. A medida foi aprovada para tentar conter a paralisação dos caminhoneiros. Eles protestam contra os sucessivos aumentos no preço do diesel, motivados pela política de preços da Petrobras, que determina o valor da venda dos combustíveis aos distribuidores com base na oscilação do preço do petróleo no mercado internacional e na variação do dólar.
A Petrobras já informou que não mudará a política de reajustes. Mas na noite desta quarta anunciou uma redução de 10% por 15 dias no preço do diesel vendido pelas refinarias como um “gesto de boa vontade” para dar solução à crise motivada pelo movimento dos caminhoneiros.
Fonte: G1