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Mais um legado da pandemia para crianças e jovens

Casos de violência disparam em escolas públicas e profissionais da educação dizem que crianças e jovens desaprenderam a se relacionar

por Lud Hayashi

No primeiro trimestre de 2019, antes da imposição da quarentena, o número de registros de violência nas escolas públicas do Estado de São Paulo foi de 2.708 casos. Sem dúvida, um alto índice, porém, no mesmo período deste ano, os episódios dispararam, ultrapassando a marca dos 4 mil registros. Isso sem incluir os casos de bullying e humilhação que, por sua vez, também aumentaram, segundo a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo.

Se para os pais dos alunos não foi fácil manter a sanidade mental enclausurados dentro de casa – em muitos casos até mesmo passando necessidade e privações – imagine para as crianças e os adolescentes. Além do prejuízo no ensino, que já era considerado atrasado antes da pandemia, um número crescente de estudantes vem recorrendo à violência.

Em entrevista, a psicóloga clínica Liana Seger, esclarece que esse comportamento é automático quando as pessoas param de se relacionar e de conviver com o outro de forma diferente. “Elas desaprendem a se relacionar, são mais agressivas e muitas vezes acabam tendo muito menos empatia”, afirma a psicóloga.

Para Henrique Pimentel, chefe de gabinete da Secretaria da Educação de São Paulo, o ambiente escolar é necessário para romper esse ciclo de violência. Ele explica que “a escola precisa acolher esse estudante e dar as ferramentas para o aluno resolver essas questões sem a violência”.

Mais um triste legado que nossos políticos deixam para crianças e adolescentes que, embora não pudessem ir à escola, eram vistas em shoppings, supermercados, festas, parques e quaisquer outros locais. Mas mesmo diante de um cenário como esse, é claro que os causadores de todo problema continuarão dizendo que todas as medidas possuem base “científica” e que só foram implementadas para salvar vidas.

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