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Pacientes recuperados da Covid relatam disfunção de olfato e de paladar

A parosmia não é um fenômeno novo. Mas, antes da pandemia, os casos eram menos frequentes. Pesquisas internacionais chegam a apontar que até 47% dos pacientes que perdem o olfato com a Covid podem desenvolver algum tipo do distúrbio.

por Lud Hayashi
Imagine um mundo onde aquele cheiro de cafezinho não é mais o mesmo e onde os sabores que conhecemos viraram outros?

É neste mundo distorcido que algumas pessoas estão vivendo. E sem saber até quando. São pessoas que, depois de vencer a Covid, sentem um gosto completamente diferente da realidade.

O corpo humano é capaz de identificar um trilhão de cheiros diferentes, compostos por várias moléculas, que entram no nosso nariz, e se unem a diferentes neurônios olfatórios.

Alguns vírus respiratórios podem infectar e lesionar esses neurônios. Isso interrompe o envio das mensagens que permitem que o cérebro interprete o cheiro que estamos sentindo. É por isso que muitos pacientes com Covid perdem o olfato.

Mas, em alguns casos, apenas parte dos neurônios olfatórios se recupera como deveria. E o cérebro passa a identificar de maneira distorcida alguns ou vários cheiros.

Um grupo de apoio reúne pessoas entre 22 e 35 anos e que todos tiveram Covid-19. Depois de se recuperarem da doença, desenvolveram uma sequela chamada: parosmia.

“Estou há um ano e seis meses com a parosmia. Fiquei em um estado de tristeza profunda, né? Foi logo me abalando, minha ansiedade foi aumentando. E, daí, eu pensei que o problema era tão sério, que eu pensei: ‘será que eu estou ficando doida?’, conta Jaqueline Barbosa, de 22 anos.

A parosmia não é um fenômeno novo. Mas, antes da pandemia, os casos eram menos frequentes. Ainda não há estudos precisos sobre quantas pessoas sofrem com o problema atualmente. Pesquisas internacionais chegam a apontar que até 47% dos pacientes que perdem o olfato com a Covid podem desenvolver algum tipo do distúrbio.

“O que a gente vê é que há um curto circuito nos neurônios responsáveis pela percepção do olfato, que mandam informações equivocadas para o nosso cérebro”, explica Leonado Sá, otorrinolaringologista do Instituto D’Or.

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