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O retorno das atividades presenciais na próxima quarta-feira (7) em São Paulo gera apreensão entre os profissionais de ensino.
Uma professora que preferiu não se identificar conta que não consegue dormir há uma semana. “Estamos com muito receio, as atividades serão retomadas e não nos sentimos seguros em acolher as crianças neste momento”, conta G.P.
Ela também está preocupada porque a escola particular onde trabalha não deixou claro para os pais que apenas 20% dos alunos serão recebidos nesta primeira etapa. “Temos receio que as salas fiquem cheias”, diz.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) liberou as atividades extracurriculares como cursos de idiomas ou atividades físicas, neste caso, sem contato e de preferência ao ar livre.
Outra professora, A. S., que dá aula de música há mais de 20 anos na rede particular, também não está segura com o retorno das atividades. “Quando falamos de educação infantil, por mais que siga o protocolo, é impossível que não haja contato físico entre as crianças e entre elas e o professor.”
A professora de música reforça que é impossível fazer o acolhimento de uma criança sem contato. “Estaremos de máscara, mas como evitar um abraço ou colo para um aluno que está chorando?” E conclui: “Não tem como não pensar na nossa saúde, dos nossos familiares e das crianças.”
“Minha preocupação é com a qualidade”, diz K. S, que dá aula de inglês. “Eu terei de ficar sentada em frente ao computador e dividindo minha atenção entre as atividades online e presenciais, em 45 minutos de aula, não creio que será muito produtivo.”
Luiz Antonio Barbagli, presidente do SinproSP (Sindicato dos Professores de São Paulo) destaca que a associação é contra o retorno presencial. “A pandemia ainda não está controlada e juntar alunos e professores por muito tempo em um mesmo ambiente pode aumentar a transmissão da doença”, avalia.
Outro ponto destacado pelo Sinpro é a diferença de posicionamento das escolas particulares. “Cada um entende como deve voltar, tem escola que não tinha atividade extracurriculares e agora ‘inventou’, outras só farão acolhimento e ainda tem aquelas que não vão retornar, acreditamos que o ideal seria voltar em 2021.”
A prefeitura de São Paulo informa que o retorno às atividades neste momento é optativo, cabe aos pais mandar ou não as crianças. Também reforça que as regras de distanciamento, o uso do álcool em gel e de máscaras por todos devem ser observados pelas instituições entre outas regras.
Por meio de nota, a prefeitura “informa que todas as escolas devem obedecer às regras estabelecidas pelo decreto 59.774, publicado na edição de 18 de setembro de 2020 do Diário Oficial, e pela instrução normativa SME nº 33, publicada em 26 de setembro. As escolas poderão atender os estudantes até o limite de 20% por turno. Agentes municipais irão fiscalizar o cumprimento e os cidadãos podem colaborar indicando estabelecimentos que descumpram as normas pelo SP 156.”
Escolas particulares
O SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) aposta que 80% das escolas particulares retomem as atividades nesta quarta-feira (7).
Uma professora que preferiu não se identificar conta que não consegue dormir há uma semana. “Estamos com muito receio, as atividades serão retomadas e não nos sentimos seguros em acolher as crianças neste momento”, conta G.P.
Ela também está preocupada porque a escola particular onde trabalha não deixou claro para os pais que apenas 20% dos alunos serão recebidos nesta primeira etapa. “Temos receio que as salas fiquem cheias”, diz.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) liberou as atividades extracurriculares como cursos de idiomas ou atividades físicas, neste caso, sem contato e de preferência ao ar livre.
Outra professora, A. S., que dá aula de música há mais de 20 anos na rede particular, também não está segura com o retorno das atividades. “Quando falamos de educação infantil, por mais que siga o protocolo, é impossível que não haja contato físico entre as crianças e entre elas e o professor.”
A professora de música reforça que é impossível fazer o acolhimento de uma criança sem contato. “Estaremos de máscara, mas como evitar um abraço ou colo para um aluno que está chorando?” E conclui: “Não tem como não pensar na nossa saúde, dos nossos familiares e das crianças.”
“Minha preocupação é com a qualidade”, diz K. S, que dá aula de inglês. “Eu terei de ficar sentada em frente ao computador e dividindo minha atenção entre as atividades online e presenciais, em 45 minutos de aula, não creio que será muito produtivo.”
Luiz Antonio Barbagli, presidente do SinproSP (Sindicato dos Professores de São Paulo) destaca que a associação é contra o retorno presencial. “A pandemia ainda não está controlada e juntar alunos e professores por muito tempo em um mesmo ambiente pode aumentar a transmissão da doença”, avalia.
Outro ponto destacado pelo Sinpro é a diferença de posicionamento das escolas particulares. “Cada um entende como deve voltar, tem escola que não tinha atividade extracurriculares e agora ‘inventou’, outras só farão acolhimento e ainda tem aquelas que não vão retornar, acreditamos que o ideal seria voltar em 2021.”
A prefeitura de São Paulo informa que o retorno às atividades neste momento é optativo, cabe aos pais mandar ou não as crianças. Também reforça que as regras de distanciamento, o uso do álcool em gel e de máscaras por todos devem ser observados pelas instituições entre outas regras.
Por meio de nota, a prefeitura “informa que todas as escolas devem obedecer às regras estabelecidas pelo decreto 59.774, publicado na edição de 18 de setembro de 2020 do Diário Oficial, e pela instrução normativa SME nº 33, publicada em 26 de setembro. As escolas poderão atender os estudantes até o limite de 20% por turno. Agentes municipais irão fiscalizar o cumprimento e os cidadãos podem colaborar indicando estabelecimentos que descumpram as normas pelo SP 156.”
Escolas particulares
O SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) aposta que 80% das escolas particulares retomem as atividades nesta quarta-feira (7).