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Ultraprocessados fazem mal à saúde da criança; veja dicas para substituir por alimentos saudáveis

Comidas industrializadas aumentam os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas

por Lud Hayashi

O consumo de alimentos ultraprocessados é um comportamento que vem preocupando especialistas. Um estudo divulgado pela Revista de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) revelou que, na última década, o consumo desse tipo de alimento cresceu cerca de 5,5%. Nocivo aos adultos, imagine o efeito que isso pode ter no organismo de uma criança.

O que são e como reconhecer os alimentos ultraprocessados

A nutricionista materno-infantil Caroline dos Santos explica que os ultraprocessados são os alimentos produzidos industrialmente, compostos de muito açúcar, sódio, conservantes e gorduras saturadas, que auxiliam na extensão de sua validade.

O excesso de tais substâncias está relacionado ao surgimento de doenças, como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Ela justifica que o aumento desse consumo se dá pela praticidade do cosnumo desses alimentos diante das atuais rotinas, que criam dificuldade para as pessoas cozinharem.

O pediatra Nelson Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, afirma que esses alimentos são extremamente danosos às crianças, por aumentarem o consumo de calorias, e que não deveriam ser consumidos por ninguém e em nenhuma idade, sendo ainda mais danosos a crianças abaixo dos 5 anos.

“Quanto antes oferecemos esse tipo de produto às crianças, é mais rápido e fácil que elas desenvolvam algum tipo de doença crônica. É também mais fácil que, com a apresentação desses alimentos, a criança passe a recusar alimentos naturais, trocando uma fruta por um biscoito, por exemplo. Na infância é quando se inicia a contrução dos hábitos e do paladar, então é importante que quanto mais tarde, quanto mais evitemos essa exposição aos ultraprocessados, é melhor”, alerta a nutricionista.

Ela alega, ainda, que, até os 2 anos, nenhum ultraprocessado deve entrar na alimentação das crianças. Após esse período, deve ser trabalhada a lógica de “não oferecer, mas também não proibir”.

Na rotina, deve-se manter a prioridade a alimentos naturais, mas, pode ser que, em algum momento, essa criança tenha contato com esse tipo de alimento na festa de um amigo, por exemplo. “A gente não deve oferecer, entregar esse alimento para as crianças, mas, caso ela sinta interesse e peça, ele não é proibido, apenas dosado”, completa Caroline.

Os especialistas concordam que não existe nenhum alimento ultraprocessado que seja considerado seguro ou “menos pior”.

O pediatra diz que é possível ter uma alimentação livre desses produtos, dando sempre preferência a alimentos feitos em casa, evitando frituras, bolachas, macarrões instantâneos e salgadinhos.

A nutricionista lembra que é importante que os pais sejam exemplo dentro de casa, mantendo o hábito de consumir verduras, frutas e legumes e evitando usar alimentos ultraprocessados.

Ela dá dicas para que a mudança de hábitos alimentares ocorra, caso as crianças já sejam acostumadas com os ultraprocessados.

“O ideal não é tirar tudo de uma vez, pois essa criança estranhará, e não vai aceitar os novos alimentos. O melhor é tirar esses alimentos aos poucos e introduzir os novos na mesma proporção. Por exemplo, a criança não come nenhuma fruta, mas consome chocolate, então podemos trazer a fruta para esse momento, junto ao doce, aumentando o repertório gustativo. É um processo gradual.”

É possível também fazer trocas por ultraprocessados “menos prejudiciais”. O chocolate ao leite pode ser trocado por um meio amargo ou com maiores proporções de cacau. Outra dica é levar essa criança para a cozinha e ter sua ajuda na hora de fazer receitas, podendo fazer comidas que lembrem às ultraprocessadas, mas com ingredientes mais saudáveis.

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