‘Estamos em guerra’, diz Macron, ao apertar restrições
Os franceses devem evitar ao máximo sair de casa por, pelo menos, duas semanas, apertando as restrições para combater o coronavírus. Haverá fiscalização, e infrações serão punidas, anunciou, nesta segunda-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron.
“Sabemos de bares, restaurantes e lojas que não cumpriram nossa orientação de não funcionar, como se a vida, afinal, não houvesse mudado. Eu lhes digo que não só vocês não estão se protegendo como também estão colocando em risco seus amigos”, afirmou Macron em pronunciamento na TV.
“Estamos em guerra. E, quanto mais nos unirmos, mais rápido conseguiremos a vitória”, afirmou o presidente. Segundo ele, se as pessoas não respeitarem as restrições, haverá caos no serviço de saúde.
Macron alertou que passeios e reuniões familiares não serão permitidas, e que as pessoas só devem fazer trajetos necessários fora de casa. O presidente também anunciou a suspensão da reforma da Previdência, que vinha provocando protestos no país desde o ano passado, e adiou o segundo turno das eleições municipais, que seriam no próximo fim de semana.
Reino Unido impõe autoisolamento a idosos
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, proibiu eventos públicos e recomendou que as pessoas saiam o mínimo possível de casa e adotem o trabalho remoto. Quem tiver sintomas de gripe deve ficar em autoisolamento por 14 dias, e idosos e doentes devem cumprir quarentena por quatro meses.
Não há prazos definidos para as restrições, que representam uma mudança de direção na abordagem britânica para combater o novo coronavírus, mas elas devem durar, no mínimo, um mês, segundo o principal conselheiro científico de Johnson, Patrick Valance.
Para garantir as medidas, o governo prepara legislação para aumentar seu poder de controle sobre as pessoas. Policiais poderão deter quem eles considerarem que está ameaçando outros de contágio e quem estiver se colocando em risco, sob pena de multa de mil libras (R$ 6 mil).
Desde a chegada do coronavírus ao país, Johnson vinha evitando medidas mais drásticas e seguindo a orientação de Valance, que defende que a população possa ser exposta ao vírus e desenvolver imunidade, o que deixaria o país mais seguro no longo prazo. A mudança de rumo do governo começou a aparecer na noite de domingo, quando o premiê admitiu a possibilidade de apertar as restrições à circulação e a aglomerações.
Um relatório do Public Health England obtido pelo Guardian diz que 80% dos britânicos podem contrair o vírus se a política britânica for mantida, com até 8 milhões de doentes necessitando de internação. “Se a taxa de mortalidade ficar em torno de 1%, como têm estimado especialistas, o Reino Unido pode chegar a 531 mortos”, afirma o documento.