Acredite: o mundo está vivendo uma epidemia de solidão. A depender de estudos de uma autoridade de saúde dos Estados Unidos, o US Sugean General, que tem à frente o cientista Vivek Murthy, não está fácil para ninguém. E a coisa é séria.
Segundo Mutrhy, viver em solidão pode causar danos ao organismo equivalentes a fumar 15 cigarros por dia, além de aumentar o risco de morte prematura em cerca de 30%, decorrente de problemas com diabetes, ataques cardíacos e demência.
Essa condição humana está a ganhar ares epidêmicos, notadamente após os efeitos de isolamento social forçado pela Covid-19. Milhões de pessoas se viram obrigados a admitir que seus laços sociais eram frágeis, algumas vezes inexistentes, fora das obrigatórias interações cotidianas.
A falta de conexão com outros seres humanos ficou mais evidente. Milhões de americanos, segundo a pesquisa, assumem agora viver uma “profunda sensação de solidão”. É a principal antecâmara para evoluir a quadros mais preocupantes de ansiedade e depressão.
As pessoas — e, principalmente, as corporações e departamentos de RH — não estão suficientemente esclarecidas sobre o avanço das chamadas “doenças mentais” (que vão de estados de profunda — e contornável — tristeza a psicopatias sem cura), o que dificulta o entendimento dos diversos graus de sintomas e os inúmeros tipos de tratamento. Há muito preconceito. Muito.
O cientista americano sugere que o sentimento de solidão e suas sequelas sejam tratados com a mesma seriedade que a obesidade e o abuso de drogas. Faz todo sentido.
O sentimento de solidão (e suas sequelas) precisam ser vistos como, de fato, em grande maioria, são: uma doença de fundo social, que tende a se agravar com mais tecnologia, algoritmos, relacionamentos virtuais e a falta da presença amiga de alguém como nós, humanos. Não seja arrogante. Ninguém está livre disso.