O uso de máscaras continua gerando polêmica em todo mundo. Em Israel, por exemplo, na segunda-feira (14), foi anunciado o fim da obrigação do uso do equipamento de proteção em locais públicos fechados. Essa foi uma das últimas medidas contra a pandemia de covid-19, uma vez que o número de pessoas contaminadas continua a diminuir e o plano de vacinação está bem avançado no país.
Vale lembrar que os israelenses não precisam usar máscaras ao ar livre desde abril e, atualmente, mais de 55% da população está vacinada com as duas doses.
Nos Estados Unidos, as pessoas totalmente vacinadas também não precisam mais usar máscaras. A medida vale tanto para ambientes abertos ou fechados, mas o uso deve ser feito em hospitais e no transporte público.
Conforme explicou a diretora do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos, Rochelle Walensky, só foi possível fazer esse avanço por causa do sucesso da vacinação e da queda no número de casos de pessoas infectadas com a doença. Nos Estados Unidos mais de 44% da população americana receberam ao menos uma dose de vacina.
E no Brasil?
Em entrevista ao programa Fala Que Eu Te Escuto desta quarta-feira (16), a médica Dra. Nicolle Queiroz observou que não é momento de pensar em desobrigar o uso de máscaras no Brasil. “Nossa taxa de vacinação é baixa e a taxa de mortalidade alta, não tem como agir igual Israel ou os Estados Unidos. Além disso, precisamos lembrar que por mais que uma pessoa esteja vacinada, ela pode contaminar outras pessoas.”
A enfermeira, Adriana Pennela, lembrou que o Brasil tem apenas 11% da população vacinada com as duas doses. “Temos uma quantidade muito baixa de brasileiros totalmente vacinados. Eu creio que chegaremos neste momento, mas ainda é cedo para isso”.
Diferentes opiniões
A espectadora Glécia Lopes foi uma das que concordou com a possibilidade de retirar a obrigatoriedade. “Acredito que poderíamos flexibilizar para ambientes externos e fazer um trabalho de conscientização das pessoas. Em ambientes fechados acho que não devemos liberar”, observou.
O tema tem causado confusões no dia a dia. Reportagens mostraram casos de pessoas que não quiseram usar máscaras em público, gerando brigas.
No interior de São Paulo, por exemplo, um médico psiquiatra foi afastado após agredir uma paciente que pediu para que ele usasse máscara. Já em um supermercado de Brasília, no Distrito Federal, uma cliente se negou a utilizar a máscara de proteção, o que gerou uma discussão com clientes que não aceitaram a postura dela.
O presidente Jair Bolsonaro tem defendido publicamente a realização de estudos a respeito da liberação do uso de máscaras para vacinados e pessoas já infectadas pela covid-19. A medida foi elogiada por alguns, mas criticada pela maioria, que defendeu o avanço na vacinação, antes dessa liberação.
Ao fim do programa, 59% dos espectadores se posicionaram de forma contrária a possibilidade de pessoas vacinadas andarem sem máscaras no Brasil.