Acidentes domésticos podem acontecer em todas as casas, mas onde há crianças, o cuidado deve ser redobrado. A curiosidade infantil pode levar a incidentes inusitados, como o caso de um menino de 2 anos que, na última terça-feira (10), precisou ser socorrido pelos bombeiros após prender sua cabeça em uma panela de pressão na cidade de Carmo do Rio Verde, em Goiás.
Segundo o Ministério da Saúde, os atendimentos ambulatoriais por acidentes domésticos em crianças e adolescentes de até 15 anos cresceram até 303% durante a pandemia. O risco de acidentes é mais comum em crianças com idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, pois ainda não possuem conhecimento sobre os perigos que as cercam, exigindo maior supervisão dos pais, de acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Para lidar com casos incomuns, como o caso da panela, o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, explica que a remoção do objeto deve ser feita com cautela, para evitar o risco de ferir a criança.
“Quando a criança prender a cabeça em um objeto, é preciso retirá-lo com muito cuidado, até cortando o objeto, se necessário, a fim de evitar que a criança se machuque.” No caso deste acidente, a panela foi retirada com o uso de técnicas de busca e salvamento dos bombeiros, por meio de movimentos leves com um alicate. O objeto foi retirado sem causar ferimentos ao menino.
Ejzenbaum alerta que, muitas vezes, por conta da curiosidade infantil, acidentes incomuns podem acontecer com objetos que não deveriam estar ao alcance da criança.
“A criança é curiosa por natureza e sempre procura objetos que ela acha interessante, como uma panela que pode terminar na cabeça, uma colher que pode acabar causando machucados, lápis, garfos ou canetas que podem atingir o olho”, explica Ejzenbaum.
Ele orienta a não deixar crianças com fácil acesso a objetos e substâncias perigosas. “Muitos acidentes acontecem por descuido dos pais. Os mais comuns são fraturas, tomar medicações, produtos de limpeza ou entrar em contato com substâncias que não deveriam estar ao alcance das crianças.”