O uso de máscaras, obrigatório em muitos momentos na retomada das aulas presenciais, voltou a ser exigido na rede de ensino de cidades pelo Brasil. O motivo é o aumento no número de casos de Covid-19, que vem preocupando as autoridades escolares.
Na maioria das cidades, o uso da proteção é optativo no ambiente escolar. Apesar disso, muitos alunos continuam usando máscara durante as aulas. Em algumas capitais, como Cuiabá e Recife, a exigência de máscara segue desde o retorno das aulas presenciais. Outros municípios, como Londrina, Aguaí, Diadema e Serra Negra, optaram pelo uso obrigatório novamente nas aulas.
No estado de São Paulo, o uso de máscaras deixou de ser obrigatório em março, assim como o uso dessa proteção em ambientes abertos e fechados, com exceção de serviços específicos, como transporte público e atendimento em saúde. Apesar da decisão, prefeituras vêm decidindo em favor da manutenção das máscaras. Além disso, escolas particulares adotam medidas no mesmo sentido.
Para o representante dos estabelecimentos de ensino de São Paulo, Benjamin Ribeiro da Silva, a medida é importante, mas só quando há confirmação de casos. “Quem não tiver segurança e perceber algum caso na escola, a recomendação é usar pelo menos na sala onde há suspeita. O mais importante é a segurança das crianças,” diz Silva.
Entre os mais de 9 milhões de habitantes adultos da cidade de São Paulo, 98,8% têm anticorpos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, resultado de terem entrado em contato com o vírus, de terem sido vacinados, ou ambos, aponta a última fase da pesquisa SoroEpi MSP, divulgada nesta terça-feira (17). Dois anos após o primeiro caso da doença na capital paulista, praticamente toda a população com mais de 18 anos já está pelo menos parcialmente imunizada.
ento de soroprevalência que reúne cientistas de instituições como a USP (Universidade de São Paulo) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O inquérito de saúde é financiado pelo Instituto Semeia, o Laboratório Fleury, o Ipec (antigo Ibope) e o ITpS (Instituto Todos pela Saúde).
De acordo com o levantamento, 79,1% da população adulta possui anticorpos contra a nucleoproteína Sars-CoV-2, o que indica que entraram em contato com o vírus – tenham desenvolvido a doença ou não. Em relação aos cerca de 2 milhões de casos oficialmente registrados na cidade, a pesquisa aponta que o total de infectados desde 2020 é quase quatro vezes maior. Em relação à etapa anterior do estudo, isso representa acréscimo de 26,3%.
A análise também mostrou que 96,3% da população adulta têm anticorpos neutralizantes — capazes de bloquear a entrada do vírus nas células e resultado da vacinação. Em relação a setembro de 2021, o aumento foi de 14,5%. No mesmo período, a população não vacinada diminuiu de 4,1% para 1,8%. “Estamos entrando numa fase em que o importante é continuar vacinando. O risco é parar de imunizar, que é o grande problema de outras doenças”, diz o biólogo e colunista do “Estadão” Fernando Reinach, que participa do projeto.
Dos participantes dessa fase da pesquisa, 98,2% declararam ter tomado pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19, 91% afirmaram ter recebido duas ou três doses do imunizante. Anticorpos contra a nucleoproteína ou neutralizantes foram encontrados em praticamente todos esses indivíduos.