Existem alguns perigos em manter imagens pessoais expostas no Google. Quando disponíveis no buscador, as fotos podem ter seus metadados analisados por golpistas e pessoas mal-intencionadas, que podem descobrir informações sensíveis da rotina dos usuários. Além disso, também existe a possibilidade de que haja roubo de identidade para criar fakes e aplicar golpes financeiros com a imagem das vítimas em apps como WhatsApp e Instagram. As fotografias disponíveis na web ainda podem aparecer em anúncios publicitários sem o consentimento dos internautas ou, em casos extremos, também podem ser modificadas por golpistas para fins pornográficos.
Vale ressaltar que há maneiras de remover fotos pessoais do buscador. Os usuários podem optar por entrar em contato com o webmaster do site que hospeda a foto, ou pedir direto para o Google para que a imagem seja excluída. Abaixo, confira alguns riscos de ter fotos pessoais nos resultados de pesquisa do Google.
1. Extração de metadados para obter mais informações sobre você e sua rotina
Os metadados, também chamados de EXIF (Exchangeable image file format, ou Formato de Imagem Alterável, em português), são arquivos que reúnem detalhes técnicos de uma imagem. Eles revelam, por exemplo, quando e onde a foto foi tirada, além de informar qual dispositivo foi utilizado no momento da captura.
Desse modo, quando uma imagem pessoal é exposta no Google, os metadados também ficam disponíveis para que qualquer pessoa consiga acessá-los — o que pode expor a privacidade de quem está na fotografia.
Exemplo de informações que ficam disponíveis nos metadados de uma imagem — Foto: Reprodução/André Sugai
Além dos dados técnicos, existem ainda elementos na foto que podem revelar informações sobre a pessoa e sua rotina. Afinal, com os metadados, pessoas mal-intencionadas podem saber sobre os locais que a vítima frequenta, onde mora, onde trabalha, quais são os seus hobbies, entre outras informações relevantes.
2. Roubo de identidade
Outro perigo de ter fotos expostas no buscador é a possibilidade de que roubem a sua identidade na web. Cibercriminosos podem usar uma imagem alheia para criar perfis falsos na Internet para diferentes usos. A fotografia pode ser utilizada em fakes nas redes sociais, como Instagram, Facebook e Twitter, ou até mesmo em sites e apps de namoro, como o Tinder. Em alguns casos, a imagem também pode ser usada para pedir quantias em dinheiro para amigos ou familiares da vítima.
Fotos pessoais no Google podem facilitar o roubo de identidade e a criação de perfis falsos na Internet — Foto: Reprodução/Valleywag
3. Uso indevido da sua foto em anúncios publicitários
Fotografias disponíveis no Google podem acabar sendo utilizadas em anúncios publicitários sem o consentimento de quem está na imagem. Isso ocorreu com a blogueira Carol Lins, que publicou um retrato 3×4 na web e agora vê, com certa frequência, sua imagem utilizada em anúncios e propagandas.
Quando postou a foto, a influenciadora tinha como objetivo ensinar seus seguidores a tirar retratos 3×4 em casa, sem a necessidade de gastar dinheiro em algum estabelecimento. No entanto, o curioso — e trágico — é que a imagem de Carol acabou aparecendo justamente em propagandas de lojas que oferecem esse tipo de serviço.
4. Manipulação da fotografia por outros usuários
Em casos mais extremos, fotos que aparecem nas buscas do Google podem ser editadas e inseridas em contextos constrangedores, como os que fazem referência à pornografia. Um caso notório desse tipo de crime aconteceu em 2019 no Mato Grosso, na cidade de Lucas do Rio Verde. Na época, a polícia investigou uma série de casos em que golpistas utilizavam montagens pornográficas para chantagear suas vítimas. De posse deste material falso, os criminosos pediam dinheiro em troca de não divulgar o conteúdo de teor sexual na Internet.
Exemplo de manipulação de uma foto, criando uma imagem fake — Foto: Reprodução/Júlio César Gonsalves
5. Assédio e stalking
Por fim, as fotos pessoais que aparecem no resultado de pesquisa do buscador também podem ser alvo de práticas de assédio e perseguição online. Portanto, para evitar o cyberbullying (ou bullying virtual) e o cyberstalking (perseguição virtual) e aumentar a sua segurança na Internet, é recomendado manter perfis de redes sociais privados. Não publicar conteúdo em tempo real e ocultar determinadas publicações de pessoas indesejadas também são bons conselhos para proteger a sua privacidade. Desse modo, haverá menos chances de que as imagens pessoais fiquem expostas em buscadores, como o Google.
Usuários com imagens pessoais disponíveis no Google estão mais propensos a sofrer com cyberstalking ou cyberbullying — Foto: Reprodução/IMDb
Como pedir remoção de fotos pelo Google?
O Google ensina que há dois jeitos possíveis de remover alguma imagem sua dos resultados de buscas: entrando em contato com o dono do site que hospedou a fotografia, ou solicitando a remoção diretamente ao buscador. Aqui, vamos ensinar o primeiro passo a passo. Para isso, faça o seguinte:
- Abra o site “https://support.google.com/websearch/answer/4628134?hl=pt” (sem aspas) pelo seu navegador, no PC ou celular;
- Role a página até a seção “Etapa 2”;
- Toque na opção que mais se relaciona ao seu caso para abrir o formulário de pedido de remoção;
- Preencha o formulário com os dados e informações completas. Quando estiver preenchido, toque em “Enviar” e aguarde o retorno do Google.