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Contas de luz mais caras puxam alta de 0,83% da inflação em maio

por Lud Hayashi

Pressionada pelo salto nos preços da energia elétrica (+5,37%), a inflação oficial registrou alta de 0,83% no mês de maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior variação para o mês desde 1996. No mesmo período do ano passado, o Brasil registrou deflação de 0,38% nos preços.
No acumulado do ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresenta alta de 3,22% e, nos últimos 12 meses, a variação é de 8,06%, percentual ainda acima do o teto da meta definida pelo governo para o índice oficial de preços, de 5,25%.
O resultado foi diretamente impactado pela adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 no preço das contas de luz. A determinação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acrescenta R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Também houve reajustes nas tarifas em Fortaleza, Salvador e Recife.
Também pesaram para tornar o grupo deo habitação (+1,78%) como o principal responsável pela alta de preços no mês passado as valorizações nas tarifas de água e esgoto (+1,61%), os preços do gás de botijão (+1,24%) e do gás encanado (+4,58%).

Já a alta de 1,15% no setor de transportes voltou a ser guiada pelos preços da gasolina (+2,87%), cujos valores haviam recuado em abril (-0,44%). No ano, o combustível acumula alta de 24,7% e, em 12 meses, de 45,8%. Os preços do gás veicular (+23,75%), do etanol (+12,92%) e do

óleo diesel (+4,61%) também subiram em maio.
Alimentação
No grupo de alimentação e bebidas, o resultado de maio ficou apenas 0,04 ponto percentual acima do registrado no mês anterior (0,4%). No período, a alimentação no domicílio ficou 0,23% mais cara, ante 0,47% apurado em abril.

A alta menor foi resultado de recuos nos preços das frutas (-8,39%), da cebola (-7,22%) e do arroz (-1,14%). Por outro lado, as carnes (2,24%) seguem em alta, acumulando 38% de variação nos últimos 12 meses.
A alimentação fora do domicílio (+0,98%), por sua vez, seguiu movimento inverso, acelerando a alta em relação a abril (+0,23%). Contribuíram para a alta mais significativa os lanches (+2,10%) e a refeição (+0,63%), cujas variações no mês anterior haviam sido de -0,04% e 0,3%, respectivamente.
“Um dos motivos que podem explicar esse comportamento na alimentação fora de casa é o aumento de custos, devido à alta nos preços das proteínas. Normalmente quando se faz uma refeição fora de casa, há mais o consumo de componentes como o pão, a carne e o arroz, por exemplo, do que das frutas”, aponta o Pedro Kislanov, gerente responsável pela pesquisa.
Outro aspecto citado por Kislanov para alta é o possível aumento da procura por alimentos fora da residência. “Abril foi um mês em que houve intensificação das medidas restritivas. Já maio, por ter tido uma abertura maior, pode ter influenciado o aumento da demanda”, observa ele.

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