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Golpes no Pix: os golpes que usam aplicativos de mensagens

por Lud Hayashi

Desde que foi lançado, o sistema Pix de transferência de dinheiro é um fenômeno. No Brasil, até agosto de 2021, mais de 300 milhões de chaves já tinham sido registradas, entre pessoas físicas e jurídicas.
Referendado pelo Banco Central, esse meio de pagamento foi parar nos aparelhos celulares de boa parte dos brasileiros que tem conta em banco. Outro fenômeno de popularidade nos celulares brasileiros são os aplicativos de mensagens. Especialmente o WhatsApp.

Os dois sistemas facilitam a vida dos seus usuários. Trocar mensagens e informações com parentes ou amigos. Fazer pagamentos, receber ou transferir dinheiro a qualquer hora, de qualquer dia, sem pagar tarifas. Tudo ao alcance das mãos.
O problema é que tanta facilidade vem junto com alguns riscos. O WhatsApp tem sido usado por golpistas, para chegar aos usuários do PIX e suas contas bancárias. De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), existem dois modelos de golpes mais comuns nesse aplicativo
O primeiro é o “golpe da clonagem do WhatsApp”. Uma mensagem é enviada pelos criminosos, fingindo ser de empresas em que as vítimas já possuem cadastros. Em seguida, é solicitado o código de segurança, já enviado por SMS pelo aplicativo, alegando ser uma manutenção, atualização ou confirmação de registro.

Com esse código em mãos, os criminosos conseguem acessar a conta do WhatsApp em outro aparelho celular. Assim a clonagem acontece. Depois disso, os bandidos conseguem enviar mensagens para os contatos da conta, se passando pela vítima e pedindo dinheiro emprestado.

Nesse caso, essencialmente, o pedido é que a transferência seja feita via PIX, porque o dinheiro é creditado instantaneamente, sem dar tempo de que a vítima ou a pessoa que depositou o dinheiro percebam o golpe.
De acordo com a Febraban, uma medida simples para evitar esse tipo de golpe é a ativação no WhatsApp da ferramenta de “verificação em duas etapas”. Esse sistema pede que o usuário cadastre uma senha, que será solicitada, de tempos em tempos, pelo aplicativo.

É importante ressaltar que essa senha não deve ser compartilhada ou enviada para outras pessoas. Para acessar essa ferramenta, siga este caminho no aplicativo: Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas.

Já o segundo golpe mais comum, é chamado de “golpe de engenharia social com WhatsApp”. Neste, o golpista escolhe uma vítima, coleta alguns dados na internet e em redes sociais, utiliza a foto do indíviduo, descobre alguns contatos da pessoa e cria uma nova conta de WhatsApp para a pessoa, com um outro número de celular.
O próximo passo é contatar alguns dos parentes ou amigos da vítima, se passando por ela e dizendo que teve problemas com o número original. Então, os criminosos pedem a transferência via PIX, alegando alguma emergência. A preferência do PIX é pela mesma razão que no golpe anterior.
Esse esquema de golpe não envolve a clonagem do WhatsApp, mas utiliza a plataforma como meio de concretizar o roubo. A Febraban alerta que “é preciso ter muito cuidado com a exposição de dados em redes sociais, como, por exemplo, em sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário“.
O presidente da Comissão Nacional de Cibercrimes, da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abacrim), Luiz Augusto D’Urso, afirma que a melhor maneira de se prevenir contra esses golpes é usar as ferramentas de segurança que o próprio aplicativo oferece, como a autenticação e verificação em duas etapas, além de sempre desconfiar desse tipo de mensagem recebida.
Evitar fazer transferências PIX, pagamentos de empréstimos para conhecidos através de aplicativos de conversa e vendas na internet, em que a negociação se dá apenas pelas redes sociais” é outro conselho do especialista.
Ainda falando sobre cuidados que as pessoas devem tomar, Luiz Augusto D’Urso afirma que a checagem é importante nesses casos. “Ligar para a pessoa que, de fato, está pedindo dinheiro emprestado, para conferir se procede, se for uma compra e venda, tentar encontrar o vendedor e conhecer, presencialmente, o produto” diz o advogado.
A Febraban, em nota ao MonitoR7, alerta que é necessário que as pessoas estejam atentas às informações que englobam a transferência bancária. “Sempre é necessário checar os dados do recebedor da transação Pix (pagamento ou transferência), seja para uma pessoa ou um estabelecimento comercial”, afirma Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN.
Se a pessoa foi vítima de um golpe destes, o advogado Luiz Augusto D’Urso afirma que a recuperação do dinheiro é um processo complexo. Mas indica que a vítima deve denunciar o golpe aos bancos envolvidos na transferência e também registrar ocorrência na polícia. O boletim de ocorrência policial e o registro da denúncia aos bancos podem ser usados como provas, caso a pessoa decida recorrer à Justiça.
Na última quinta-feira (23), o Banco Central (BC) aprovou novas medidas de segurança, para dificultar os golpes que envolvem o PIX. Até o dia 4 de outubro, todas instituições financeiras devem estabelecer o limite de R$ 1 mil para as transferências e pagamentos feitos por pessoas físicas entre as 20h e as 6h. Essa medida visa diminuir os casos de sequestros e roubos noturnos.
Além disso, o BC exige que as instituições registrem, diariamente, ocorrências de fraude ou de tentativas de fraude nos serviços de pagamento. Os registros devem apresentar as medidas de correção e/ou resolução do problema. A exigência deve ser implementada até 16 de novembro.

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