Os videogames são uma febre mundial, seja na tela do celular ou num console de última geração, milhões de pessoas se divertem num universo de jogos virtuais. No entanto, um perigo invisível se esconde entre as horas de lazer. Uma pesquisa feita pela Betway revelou que os consoles de videogame, como PlayStation, Xbox e PC, têm até três vezes mais bactérias que um vaso sanitário.
No estudo conduzido pela empresa, o PlayStation foi considerado o console mais sujo, só perdendo para os PCs. A amostra analisada na pesquisa apresentou 72,5 unidades de bactérias formadoras de colônias. Em contrapartida, em um assento de vaso sanitário foram constatadas cerca de 30 unidades de bactérias. Ou seja, o videogame tem 2,4 vezes mais bactérias do que uma privada.
A pior parte do console, no que diz respeito ao crescimento de bactérias, é o joystick, o controle. Os botões e analógicos têm, em média, 190 unidades de bactérias formadoras de colônias.
O Xbox, de acordo com o estudo, é um pouco mais limpo que o videogame da Sony. Os consoles analisados mostraram uma média de 62,5 unidades de bactérias por amostra colhida. O número é menor do que o constatado no concorrente, mas ainda assim é mais que o dobro do encontrado numa privada.
Já o Nintendo Switch é disparado o console menos contaminado por bactérias. Segundo a pesquisa, o videogame apresenta uma média de apenas 55 unidades de bactérias formadoras de colônias por amostra.
Mouse de computador é o maior ambiente de proliferação de bactérias
Segundo o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria, qualquer hábito que envolva a mão com algum tipo de sujeira, leva a contaminação do videogame. “Qualquer ação de levar a mão a boca, comer, fumar, espirrar, tossir, e depois pegar no videogame, leva a contaminação. O hábito de chegar da rua, brincar com o pet, e depois pegar o joystick, isso tudo contamina”, diz o Dr. Bactéria.
Apesar de não ser um console como os demais, o PC também é muito utilizado para jogar videogame. E em termos de bactérias, é o pior entre todas as plataformas analisadas. Os teclados já mostram sinais expressivos de unidades formadoras de colônias, com uma média de 165 por amostra, mas é o mouse que rouba a cena, com 247,5 colônias de bactérias.
Até o botão de ligar/desligar de um computador, que sequer é usado para jogar (por motivos óbvios) apresenta uma média alta de colônias de bactérias, com 115 unidades por amostra.
Entre os gamers, não é um hábito comum higienizar os consoles e joysticks. Coreano, streamer e criador de conteúdos voltados ao Free Fire, diz que desconhecia que os videogames poderiam ter até três vezes mais colônias de bactérias que um assento de vaso sanitário. No entanto, uma vez por semana, ele afirma que passa um pano com álcool no teclado, mas não no mouse.
“Cara, não fazia ideia de que poderia ter tanta bactéria, mas dá pra imaginar né. Você põe a mão no mouse, come alguma coisa, coloca a mão no mouse de novo, isso acontece mesmo. Eu limpo mais o meu teclado, uma vez por semana pelo menos passo um paninho. Mas o mouse nunca cheguei a limpar”, revela Coreano.
Thiago Martini, estudante de 22 anos, não usa o videogame como ganha pão, mas joga cerca de 10h por semana, em média. Assim como Coreano, ele também se espantou com a quantidade de bactérias que podem conviver num console. “É até difícil acreditar que um hobbie desses pode prejudicar minha saúde desse jeito”, afirma Martini.
Mas, apesar da sujeira que fica impregnada no videogame, e que de fato pode levar a alguma condição que exija atendimento médico, há métodos de se higienizar os consoles e joysticks, assim como formas de evitar a proliferação de bactérias.
“Em primeiro lugar, é necessário lavar as mãos antes de começar a jogar. Evite comer enquanto estiver jogando, principalmente salgadinhos, porque são gordurosos. E a gordura é um esconderijo de bactérias, você engordura as mãos, pega no joystick e passa a gordura. Então pelo menos uma vez por semana, é interessante limpar”, explica o Dr. Bactéria.
O biomédico recomenda o uso de desinfetantes que não tenham água na composição, para evitar a deterioração de componentes elétricos do videogame. “Eu indico utilizar lenços de papel com álcool isopropílico, e até cotonetes, para os locais onde a mão não consegue alcançar. O álcool isopropílico não é o mesmo que o álcool etílico, o normal. É um álcool específico, que pode ser comprado em lojas de material eletrônico ou pela internet”, completa.