Na última quarta-feira (31), o cirurgião-geral Glaucio Boechat, de 45 anos, estava trabalhando no Hospital São José do Avaí, na cidade de Itaperuna, no Rio Janeiro. Era um dia normal e corrido, até que deu entrada pela emergência uma mulher, também de 45 anos, com queixas de dificuldade para respirar.
A paciente, que aparentemente era obesa, foi levada diretamente para a UTI (unidade de tratamento intensivo) e passou por uma série de exames para descobrir qual era o problema que a impedia de respirar.
Nem ela e nem os familiares imaginavam que o ganho de peso não era obesidade e sim um tumor que se formou no abdômen da mulher, que corria risco de morrer.
Barriga da paciente que tinha tumor de 46 kg
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“Na verdade, ela achou que estava ganhando peso, engordando. Só que de um mês para cá, começou a apresentar falta de ar, porque o tumor cresceu muito e ela não conseguia respirar. Se não operasse ela ia morrer, podia morrer até dormindo”, conta Boechat.
Além de tirar a massa enorme, os médicos retiraram o útero e os dois ovários da mulher. Pela cirurgia, Glaucio acredita que o tumor começou no útero, mas só com o resultado da biópsia será confirmado o local exato em que o problema teve início e se é benigno ou maligno. O resultado do exame deve sair em até 20 dias.
Durante a cirurgia, que durou cerca de duas horas, fizeram parte da equipe médica três anestesistas, dois residentes de cirurgia e quatro auxiliares de enfermagem e o cirurgião. Os médicos conseguiram retirar todo o tumor, mas durante a cirurgia a mulher precisou receber transfusão de sangue.
“O tumor estava comprimindo todos os órgãos do abdômen e ela estava com anemia muito grande, pelo consumo mesmo sangue da massa. Tivemos de repor sangue antes, durante e depois da cirurgia, mas conseguimos retirar toda a massa tumoral”, comemora Boechat.
Ela se recupera bem, segue internada na UTI, mas está fora do respirador e já está se alimentando normalmente. “Ela está melhorando aos pouquinhos, melhor do que esperávamos”, celebra o médico que até já estuda a alta médica.
“É complicado prevermos a alta, o tempo vai depender da evolução da paciente. Mas, continuando assim, ela tem alta para o quarto e até segunda ou terça-feira ela pode ter alta para casa, se continuar tudo bem.”
Glaucio tem 22 anos de profissão, atua há 20 anos como cirurgião geral e há 12 faz parte do corpo clínico do Hospital São José do Avaí e garante que nunca tinha passado por situação parecida. “Nunca tinha visto um tumor desse tamanho!”