Além dos prejuízos financeiros, as vítimas de golpes acabam com o nome sujo na praça. Entre os 8 milhões de consumidores que sofreram algum golpe financeiro nos últimos 12 meses, 32% ficaram com o nome negativado.
É o que mostra um levantamento divulgado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Para evitar o problema, especialistas orientam os consumidores a nunca clicar em links desconhecidos. Veja a seguir o passo a passo para evitar golpes, o que fazer se for vítima de um e como limpar o nome.
● Desconfie sempre dos links que você recebe e, na dúvida, não clique
● Se o link vier do banco ou de um amigo, ligue para eles, procure explicações. E fique de olho em reportagens que deixam você atualizado sobre o “golpe da vez”
● Bancos nunca pedem a você que clique em links, instale apps ou revele senhas. Na dúvida, faça o caminho inverso: procure a informação diretamente nos canais oficiais de atendimento
● Não deixe aplicativos nem emails logados, principalmente em máquinas que não são seguras
● Mantenha o sistema operacional sempre atualizado, bem como os aplicativos
● Tenha em mãos o código Imei (registro de identificação próprio do celular, que pode ser obtido discando-se *#06#) e os telefones das operadoras e bancos para, se necessário, proceder rapidamente com o bloqueio
● Remova a autenticação por biometria; isso pode dificultar a atividade do criminoso
● Em caso de roubo, troque não só a senha dos apps bancários mas também do email de recuperação
● Registre todos os passos e horários em que cancelou suas contas e cartões ou solicitou bloqueios
● Não leve aparelhos com aplicativos de banco e operadoras no dia a dia; de preferência, deixe um dispositivo em casa com esses programas
● Entre em contato com o banco para notificar o golpe e peça o bloqueio de qualquer transação realizada
● Se o golpe bancário foi realizado pelo celular roubado da vítima, repita esse processo para todas as instituições financeiras e comerciais que estão no aparelho, pois os criminosos podem tentar efetuar compras usando o dispositivo e a conta da vítima
● Cancele imediatamente os cartões e troque as senhas dos apps que você tiver no celular
● Interrompa a comunicação do smartphone; desligue o celular, desative o wi-fi e tire o chip da operadora
● Faça um B.O. (boletim de ocorrência) e, se for o caso, contate um advogado para obter orientações detalhadas de como proceder
● Se você foi vítima de um golpe, registre uma ocorrência na polícia, que é responsável por investigar crimes. O Ministério Público pode instaurar eventuais ações penais. O Banco Central não tem competência para resolver o seu caso
● Informe os dados do comprovante da transação: ID da transação, valor, data/hora da liquidação, descrição (caso preenchida), nome da instituição do recebedor, nome do recebedor, CPF ou CNPJ. Registre também uma reclamação no banco em que o golpista tem conta
● O CPF do titular da conta não é exibido por completo, mas apenas alguns números, uma vez que as instituições participantes do Pix não são obrigadas a exibir todos os dados
● Se a transferência foi feita via chave Pix, informe também a chave utilizada. Com esses dados, o banco pode impedir a realização de novos golpes
● Se você fez a transação pelo Pix, informe o fato também à sua instituição, pois ela poderá efetuar uma marcação da chave Pix de destino do dinheiro, bem como a conta e o usuário recebedor, o que contribui para evitar novos casos de golpe, reduzindo o risco para todos os usuários
● A vítima pode entrar em contato com o banco ou a instituição beneficiária do recuso para buscar esclarecimentos por SAC ou na ouvidoria da instituição.
● Se a situação não estiver resolvida, a vítima deve procurar o Procon de seu estado ou a Justiça para buscar a reparação do dano
Você deve consultar a situação do seu CPF na Serasa, na Boa Vista SCPC e no SPC Brasil, três das principais instituições de proteção ao crédito. Como cada uma delas tem informações sobre determinadas empresas, é possível que seu nome esteja limpo em uma mas sujo em outra. A pesquisa é gratuita e pode ser feita pela internet
● Pelo site da Serasa
● Por aplicativo (disponível para sistemas Android e iOS)
● Pelo telefone 0800 591 1222
● Pelo site do SPC Brasil
● Por aplicativo (disponível para sistemas Android e iOS)
● De forma presencial, nos postos de atendimento. Basta levar a identidade e um comprovante de residência
● Pelo site da Boa Vista SCPC
● Por aplicativo (disponível para sistemas Android e iOS)
Para tirar seu nome da lista de maus pagadores, é preciso entrar em contato com a empresa credora e negociar o pagamento da dívida. As entidades de proteção ao crédito também realizam feirões de renegociação de dívidas
O CDC (Código de Defesa do Consumidor) determina que o nome do devedor seja retirado do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) em até cinco dias úteis após o pagamento total da dívida ou da primeira parcela da negociação do valor devido.
● Cadastre-se na Serasa Limpa Nome (disponível também no Google Play e na App Store)
● Em seguida, digite seu CPF para fazer a consulta
● Verifique a dívida e suas informações
● Veja a oferta de negociação disponibilizada pelo credor
● Se estiver de acordo, emita o boleto na melhor data para pagamento. Caso não reconheça a dívida ou tenha dúvidas, entre em contato com o credor
● Pague-o na data acordada e acompanhe seu status
● Cadastre-se no Negociar Dívida Online (disponível também no Google Play e na App Store)
● Informe o número do seu CPF ou CNPJ
● Clique em “quero negociar”
● Você receberá um código e/ou link por email para finalizar o cadastro
● Verifique quais empresas disponibilizam a negociação de dívidas pelo SPC Brasil
● Clique na empresa com quem você tem dívidas e escolha a melhor forma de pagamento (boleto ou cartão de crédito)
● Pague-o na data acordada e acompanhe seu status
● Cadastre-se no Consumidor Positivo (disponível também no Google Play e na App Store)
● Digite seu CPF para fazer a consulta
● Verifique a dívida e suas informações
● Veja a oferta de negociação disponibilizada pelo credor
● Após fechar o acordo, o sistema gera um boleto
● Pague-o na data acordada e acompanhe seu status
Fontes: Kaspersky, Banco Central, Serasa, Boa Vista SCPC, SPC Brasil, CNDL