O funeral da rainha Elizabeth 2ª na última segunda-feira teve a participação de inúmeros chefes de Estado e de praticamente toda a família real. Mas uma pessoa em especial chamou a atenção de todos: a pequena Charlotte, filha do príncipe William e de Kate Middleton.
Amparada pela mãe, a princesa, de apenas 7 anos, chorou muito pela perda da bisavó. Essa emoção trouxe uma questão sempre difícil de lidar, que é explicar a morte às crianças.
O psicólogo Yuri Busin diz que as crianças sentem, assim como os adultos, mas podem ter mais dificuldade em entender e explicar os sentimentos: “A morte não é fácil em qualquer fase da nossa vida, para as crianças é um pouco mais difícil. É natural que elas sintam dor, que elas também sintam saudade, que elas tenham dificuldades assim como os adultos. Só que para elas, muitas vezes, será mais difícil de entender, e por isso o lúdico vai ajudar cada vez mais em relação a isso”
Criar histórias para explicar a morte, sem ser direto, normalmente ajuda. “O lúdico é não chegar para a criança e falar simplesmente: a pessoa morreu e foi para o céu. É legal contar uma história, explicar o significado do céu e atribuir diversas partes de historinhas para as crianças, para que seja possível explicar de uma forma subjetiva que aconteceu. A ideia é trazer um significado um pouco menos dolorido, mas que a criança consiga compreender aquilo que está se passando”, orienta Busin.
Além de Charlotte, o príncipe George, segundo na sucessão à coroa britânica, esteve ao lado da família o tempo todo no funeral de Elizabeth 2ª. Aos 9 anos, ele parecia entender um pouco mais o que acontecia. Pode parecer que a diferença de idade entre eles não é muita, mas o psicólogo explica que é suficiente para mudar até a abordagem do assunto por parte dos pais.
“Vai depender da maturidade da criança, mas o lúdico será muito bem-vindo pelo menos até os 7 anos, 8 anos, que é quando a criança tem esse lado mais ativo. A partir disso, o lúdico não pode ser tanto uma historinha, mas tem de começar a trazer um pouquinho mais da realidade de um ciclo de vida. Isso não quer dizer que você tem que ser grosso e jogar tudo, porque, por mais que ela fale como um adulto, ela não é um adulto” ressalta o psicólogo.
Os dois irmãos ficaram o tempo todo lado a lado nas celebrações do funeral de Elizabeth 2ª. Alguns críticos até questionaram a decisão do príncipe e da princesa de Gales ~de levar os filhos mais velhos para acompanhar os rituais da família real britânica.
Ao jornal inglês Daily Mail, o governador-geral da Austrália, David Hurley, disse que a esposa tinha conversado com Kate Middleton sobre os filhos.
O governador disse que o filho caçula, Louis, de 4 anos, ainda luta para entender a morte de Elizabeth 2ª. “O mais novo agora está fazendo perguntas como: ‘Você acha que ainda podemos jogar esses jogos quando formos a Balmoral?’ ‘Por que ela não estará lá?”, contou Hurley.
O governador-geral da Austrália disse ainda que a princesa teria dito que George está “percebendo agora quão importante era sua bisavó e o que está acontecendo”.
Na semana passada, Kate revelou que o príncipe mais velho “entende a perda” da rainha, mas os mais novos, Charlotte e Louis, têm mais dificuldade.
A reação diante da perda de uma pessoa querida varia de pessoa para pessoa e, algumas vezes, procurar um profissional pode ajudar. “Existem pessoas que vão reagir melhor à morte. outras que não. O que devemos pensar é como contornar a situação e muitas vezes até levar a um psicólogo para trabalhar isso junto com a criança de uma forma lúdica, em que o psicólogo vai entender se perda foi um trauma ou não para criança, o quanto está afetando a criança, assim por diante”, destaca Busin.