Muito além dos hambúrgueres de caixinha, dos pacotes de salgadinhos ou dos sucos em pó, os alimentos ultraprocessados lotam as gôndolas dos supermercados e chamam a atenção da população pela propaganda massiva e, principalmente, por serem mais baratos que os produtos in natura ou minimamente processados.
É importante destacar que até produtos considerados saudáveis, como pães integrais, iogurtes e sucos, podem ser classificados como ultraprocessados.
“São ricos em gorduras ou açúcares e, muitas vezes, simultaneamente ricos em gorduras e açúcares. É comum que apresentem alto teor de sódio, por conta da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir sabores indesejáveis oriundos de aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento”, descreve o manual.
A pesquisadora do Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo) Ana Paula Bortoletto ensina a reconhecer os produtos.
A indústria usa inúmeros aditivos que podem estar discriminados na lista de ingredientes, como xarope de glicose, extrato de proteína, emulsificante, corante, adoçante, gordura hidrogenada, aromatizantes e amido modificado.
A função desses aditivos é mascarar o sabor da industrialização. “Costumamos chamar os aditivos alimentares que mudam a característica dos alimentos de aditivos alimentares cosméticos, pois é como se fossem uma maquiagem mesmo”, alerta Ana Paula.